O crescimento da classe média brasileira tem posto enorme pressão sobre as empresas. Com mais dinheiro no bolso e mais gente chegando a esse extrato econômico, a demanda por bens e serviços aumentou de forma brutal. Um reflexo disso é a inflação dos alimentos. Mas o efeito também se estende a outros bens. Por exemplo, sobre os imóveis. Claro, há mais crédito na praça, mas nada dá maior tranqüilidade emocional para contrair um empréstimo do que saber que continuará empregado, pois as perspectivas para o país são de crescimento.
A demanda por bens e serviços coloca uma pressão sobre as empresas na medida em que elas têm de oferecer seus produtos numa escala maior. E isso explica os investimentos em infra-estrutura interna, mas também o aumento no número de vagas abertas pelas companhias no Brasil. Ontem eu conversava com um engenheiro baiano que trabalha na construtora Odebrecht. Em Salvador, a entrega de novos prédios residências está atrasada. Não estou dizendo, de um ou dois. Mas de mais de 30% dos lançamentos previstos para o ano devem atrasar, segundo o engenheiro. E isso por que falta gente capacitada para tocar as obras. Tanto que as construtoras locais baixaram a régua na hora de recrutar. Elas efetivam o profissional ainda que ele não esteja 100% dentro das exigências e treinam a pessoa dentro de casa. “Estamos investindo em programas de qualificação e capacitação”, diz a gerente de Pessoas e Organização da Odebrecht, Silvana Sacramento.
A demanda crescente por produtos e serviços atua como um catalisador na oferta de vagas pelas empresas. Em outras palavras, as empresas vão ter de superar a falta de mão de obra qualificada rapidamente. É isso ou deixar de vender.
O jornal inglês Financial Times publicou ontem uma reportagem que mostra como a classe média tem pressionado os serviços no Brasil (em inglês): http://www.ft.com/cms/s/0/f017cca0-3a00-11e0-a441-00144feabdc0.html#axzz1EEAgHfRI
Fonte: Você S/A
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