20 de mar. de 2011

Novas tecnologias, velhas manias.

01 de Dezembro de 2010. Há pouco mais de um ano, escrevi um artigo empolgadíssimo com o Kindle, o leitor eletrônico de livros da Amazon que tinha acabado de receber.

 
É interessante reler aquelas linhas para relembrar o meu entusiasmo com o pequeno e-reader capaz de armazenar milhares de livros. O único problema é que parei de utilizar o Kindle poucos meses depois. O motivo? Nem sei explicar direito. Acho que passei a encarar o Kindle como mais um aparelho eletrônico que perde a graça depois que o efeito gracioso da novidade se expira. E, a bem da verdade, nunca consegui deixar os livros tradicionais de lado. É como se o livro de papel fosse o de verdade e o eletrônico um genérico barato.

Não vou negar que a expectativa pela chegada do iPad também contribuiu para esquecer o Kindle no fundo da gaveta. É a velha mania dos early adopters, estamos sempre em busca do próximo lançamento.
Entretanto, meus amigos, pensando bem, a verdade é que sou apenas aquele tiozinho deslumbrado com novas tecnologias, mas que não perde suas velhas manias. Não chego a ser daqueles que lambe os dedos para passar uma página, porém, confesso, tenho tanta saudade de minha máquina de escrever – dura, pesada, barulhenta – que sinto um aperto no coração sempre que penso nela.

Ainda prefiro a minha máquina de escrever.
Espero que Jobs, Gates, Dell e seus descendentes continuem nos brindando com suas invenções maravilhosas. Mas que tenham a bondade de perdoar esse humilde balzaquiano, membro da geração limbo, aquela do final dos anos 70, que não sabe se é x, y, ou Coca-Cola. Perdoem-me, porque, ao final do dia, sempre deixarei os chinelos no pé da cama, apertarei o botão OFF de seus benditos gadgets e abrirei as páginas de um bom e velho livro. É só desse jeito que eu viajo de verdade.

FONTE: Você S/A

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