Pesquisa  exclusiva realizada pela consultoria Produto do Ano - em parceria com a  DINHEIRO - revela os atributos que os brasileiros mais valorizam na  hora de consumir
O cafezinho é uma bebida sagrada na  mesa dos brasileiros. Mesmo assim, no verão escaldante dos trópicos, é  facilmente trocado por um bom copo de água gelada. Embora sejamos os  campeões mundiais em escovação de dentes, a média de consumo de escovas é  de apenas uma por ano.
O Brasil é o segundo maior mercado em  lâminas de barbear, com 1,1 bilhão de unidades vendidas anualmente.  Apesar disso, os brasileiros só fazem a barba 2,7 vezes por semana. O  que pode haver em comum entre o café, a escova de dentes e a lâmina de  barbear? Para os seus fabricantes, que precisam vencer a concorrência e  entregar resultados para os acionistas, é o desafio diário de conquistar  consumidores e continuar inovando.
Ricardo Souza, da Sara Lee: café mais leve no verãogarantiu o título de Produto do Ano para a marca Pilão
té aqui, nada de novo. A diferença é  que algumas companhias conseguem fazer isso como ninguém. Nomes como a  Sara Lee, dona da marca de café Pilão, a Procter & Gamble, que  produz a escola Oral-B, e a Gillete, tradicional fabricante de lâminas  de barbear, adotaram estratégias simples – e inovadoras – para cativar e  manter seus clientes.
É o que revela pesquisa exclusiva  realizada pela consultoria francesa “Produto do Ano”, que ouviu 3 mil  pessoas em seis capitais do País, em parceria com a DINHEIRO. Principal  conclusão do trabalho: a qualidade é o atributo mais importante para  caracterizar um produto como inovador, de acordo com a opinião de 55%  desses consumidores.
Em outras palavras, a inovação, não é  sinônimo de pirotecnias tecnológicas à moda de Steve Jobs, o CEO da  Apple, criador do iPod, iPhone e iPad, produtos considerados  revolucionários.
Ela pode estar nos produtos mais  tradicionais, em pequenas e grandes melhorias capazes de fazer a  diferença e encantar os consumidores. Até mesmo numa pequena xícara de  café. Que o digam os executivos da subsidiária brasileira da Sara Lee.
Cirilo, da Gillette: barbeador barato e descartável mas que usa tecnologia moderna
Até aqui, nada de novo. A diferença é  que algumas companhias conseguem fazer isso como ninguém. Nomes como a  Sara Lee, dona da marca de café Pilão, a Procter & Gamble (P&G),  que produz a escola Oral-B, e a Gillette, tradicional fabricante de  lâminas de barbear, adotaram estratégias simples – e inovadoras – para  cativar e manter seus clientes.
É o que revela pesquisa exclusiva  realizada pela consultoria francesa Produto do Ano, que ouviu três mil  pessoas em seis capitais do País, em parceria com a DINHEIRO. Principal  conclusão do trabalho: a qualidade é o atributo mais importante para  caracterizar um produto como inovador, de acordo com 55% dos  consumidores.
Em outras palavras, a inovação não é  sinônimo de pirotecnias tecnológicas à moda de Steve Jobs, o CEO da  Apple, criador do iPod, do iPhone e do iPad, produtos considerados  revolucionários.
Ela pode estar nos produtos mais  tradicionais, em pequenas e grandes melhorias capazes de fazer a  diferença e encantar os consumidores. Até mesmo numa pequena xícara de  café. Que o digam os executivos da subsidiária brasileira da Sara Lee.
Para compensar a queda no consumo de café, que chega a 5% no verão, a Sara Lee colocou no mercado uma versão mais suave de sua principal marca: o Pilão Sabor e Leveza. Com isso, não só reverteu a baixa no consumo como criou uma linha sazonal – a empresa também lançou uma opção de café mais forte para o inverno.
Com menos de um ano no mercado, esses  dois produtos já respondem por 10% das vendas da marca. Essa ideia,  aparentemente óbvia e sedutoramente simples, fez com que os consumidores  escolhessem o Pilão Sabor e Leveza como o produto mais inovador de 2010  pela pesquisa realizada pela Produto do Ano.
“O brasileiro tem experimentado mais e  estamos surfando nesta onda”, afirma Ricardo Souza, diretor de marketing  da Sara Lee. “Mas para surfar, é preciso inovar.” Segundo ele, 25% de  toda a verba de marketing da marca foi investido na divulgação dos novos  produtos. “O varejo sofre uma pressão intensa para reduzir o portfólio.  Ter um produto chancelado pelo consumidor nos ajuda a garantir nosso  espaço nas gôndolas.”
Mas não se deve confundir simplicidade  com ausência de pesquisa e desenvolvimento, nem pensar que custa barato e  não exige a mobilização de recursos financeiros de porte.
Observe o caso da fralda Pampers Total  Confort, da americana  Procter & Gamble. O produto demorou três anos  para sair do forno com quatro camadas de absorção e um gel  especialmente desenvolvido para manter os bebês sempre sequinhos durante  a noite.
“Parece simples, mas há muita  tecnologia envolvida no produto”, diz o diretor de marketing da Pampers,  Thiago Icassati. Segundo ele, só para adequar máquinas e equipamentos  para a produção da novidade no Brasil foram necessários dez anos.
Quem não tem bebê em casa talvez possa  estar se perguntando: que diferença faz quatro camadas de absorção em  vez de três? Do ponto de vista do consumidor, isso significa mais horas  de sono para as crianças (e, certamente, também para os pais). Já  comercialmente a Pampers conquistou 26% de participação de mercado, de  acordo com dados da consultoria Nielsen.
Muitas vezes, as boas ideias surgem a  partir de propostas e sugestões dos próprios consumidores. Foi assim no  caso da tradicional pomada Hipoglós. Com 71 anos de mercado, a marca,  que só é vendida pela P&G no Brasil, ganhou uma versão com óleo de  amêndoa. Uma das aplicações mais comuns da pomada é prevenir assaduras  nos bebês.
Esse   papel já  é desempenhado pelo  produto tradicional, mas, por ter uma consistência mais firme, é de  difícil remoção. Com o acréscimo do óleo de amêndoa à fórmula, os  problemas acabaram.
Danielle Panissa, da P&G: consumidores sugeriram mudança na fórmula da pomada Hipoglós
“Foram as próprias consumidoras do  produto que sugeriram a nova versão”, diz Danielle Panissa, diretora de  marketing da P&G, responsável pelas marcas Hipoglós e Oral-B. Se as  clientes ficaram satisfeitas, a companhia  também ganhou com a novidade.
A Hipoglós detém uma participação de  60% nas vendas da categoria – cuja receita no ano passado somou R$ 260,1  milhões. Danielle não é só executiva da P&G. Mãe de uma menina de  dois anos e à espera do segundo filho, como consumidora ela mesma dá a  dica.
“Inovação para mim é o que facilita a  minha vida”, afirma. Segundo ela. a cada três meses, a P&G faz  pesquisas com as clientes para saber se é preciso fazer alguma alteração  nas marcas que comanda.
A rotina de Danielle é igual a de  milhares de executivas que se desdobram entre as tarefas da casa e do  trabalho. É aí que entra outra palavra bastante comum no dia a dia de  quem dá expediente na indústria: praticidade.
Icassati, da Pampers: fraldas com quatro camadas de absorção chegam ao mercado antes das concorrentes
Segundo o Ibope Inteligência, que fez a  pesquisa para a consultoria Produto do Ano, para os entrevistados da  região Sudeste (São Paulo, Rio e Minas), “fazer o consumidor ganhar  tempo” é um atributo mais importante do que para os moradores de outras  regiões.
“Ninguém tem tempo a perder e as  pessoas estão em busca do que é simples, prático e rápido”, afirma o  gerente de marketing da Gomes da Costa, Luis Manglano. Com essas  diretrizes em mente e algumas pesquisas em mãos, a fabricante de pescado  lançou a linha saladas de atum Gomes da Costa pronta para o consumo.
“Em nossas pesquisas, descobrimos que o  consumidor brasileiro consome sardinha ou atum em lata com macarrão”,  diz Manglano. “Então lançamos o atum com molho de tomate. As pessoas  também gostam de patê. E aí colocamos o patê pronto.” Conclusão: essas  inovações já respondem por algo entre 10% e 15% do faturamento da Gomes  da Costa.
É sempre um risco fazer modificações em  produtos tradicionais – principalmente quando envolve altas somas de  dinheiro. No caso da Gillette, marca da Procter & Gamble que virou  sinônimo de categoria de produto, isso tem dado resultado.
Manglano, da Gomes da Costa: linha de saladas  de atum representa até 15% das receitas da empresa
O Mach3, primeiro produto de barbear da  empresa a ter três lâminas, lançado há dez anos, consumiu US$ 1 bilhão  em pesquisa. “É o mesmo valor gasto pela Volkswagen no lançamento do New  Beetle, o irmão mais novo do Fusca”, diz José Cirilo, diretor de  marketing da Gillette.
Tanto investimento também ajudou na  criação de produtos mais baratos, mas que usam a mesma tecnologia, como o  Prestobarba 3. “Ele é um aparelho descartável, com preço menor, mas que  tem tecnologia semelhante à dos aparelhos mais sofisticados da marca  Gillette”, afirma Cirilo.
O produto é feito com três lâminas,  montadas sobre molas, e vem com o que Cirilo chama de “elementos  lubrificantes” ainda mais potentes para evitar irritação na pele. “Os  brasileiros fazem pouco a barba e quase não usam creme de barbear”, diz.
Trata-se do mesmo problema enfrentado  pela marca de escovas de dentes Oral-B. Embora o brasileiro seja o líder  mundial em escovação de dentes – três vezes ao dia, sete dias por  semana –, o consumo de escovas per capita, contraditoriamente, não passa  de uma unidade por ano.
“Os brasileiros usam a escova até ela  esgarçar”, afirma Danielle Panissa, da P&G. “Felizmente, esse hábito  está mudando.” Para sinalizar ao usuário que está na hora de aposentar a  escova, a marca lançou uma versão com cerdas centrais em azul, que  desbotam à medida que o tempo passa.
“Quando elas ficam totalmente brancas,  está na hora de trocar a escova”, diz ela. Segundo a executiva, o creme  dental da marca Oral-B, eleito o produto do ano, também tem contribuído  para mudar o hábito do consumidor.
Para o CEO da consultoria Produto do  Ano, o executivo português António Peres, a indústria tem ainda outro  motivo para apostar em inovação: a concorrência com as marcas próprias  de grandes cadeias varejistas. “O varejo não inova, só copia”, diz ele.  “Por esse motivo, os fabricantes têm o desafio de inovar a custos cada  vez mais baixos”. Com apenas três anos de Brasil, o selo da consultoria  ainda é pouco conhecido pelos consumidores brasileiros.
É uma realidade que, segundo Cirilo, da  Gillette, do grupo Procter & Gamble, eleita a empresa mais  inovadora na pesquisa realizada em 2010, deve mudar. “Estamos  desenvolvendo um plano de comunicação para valorizar essa certificação.”
Se o diabo mora nos detalhes, a  inovação reside nas ideias simples e de qualidade. As empresas que  souberem aplicar esses conceitos aos seus produtos vão poder apreciar o  agradável sabor da inovação.
António Peres, da Produto do Ano: o desafio é inovar a custos cada vez menores
Entenda a metodologia da pesquisa
O selo Produto do Ano existe há mais de  25 anos e nasceu na França. Hoje está presente em mais de 30 países e  há três anos chegou ao Brasil. A consultoria, que exibe o mesmo nome do  selo, promove a eleição dos produtos mais inovadores em diversas  categorias, como alimentos, produtos de higiene e beleza e artigos de  limpeza.
Para participar, as empresas  interessadas pagam pela inscrição do produto a ser submetido ao crivo  dos consumidores. Cada companhia pode inscrever quantos itens quiser.  Quem elege os produtos mais inovadores são os consumidores.
No Brasil, a consultoria trabalha em  aliança com o Ibope Inteligência. Neste ano, firmou parceria com a  DINHEIRO, que participou na elaboração de três perguntas.
Para chegar aos produtos mais  inovadores no Brasil em 2010, o Ibope ouviu três mil consumidores das  classes A, B e C, com idades entre 18 e 64 anos, residentes em seis  capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Curitiba e  Porto Alegre.
Este ano, 15 empresas receberam a  certificação.  No levantamento, os consumidores elegeram o Café Pilão  Sabor e Leveza como o produto mais inovador. Já no ranking das marcas, a  Gillette, do grupo Procter & Gamble, ficou em primeiro lugar,  apontada como a mais inovadora.
A pesquisa mostra que o brasileiro é  aberto à inovação, pois 75% declararam gostar de experimentar novos  produtos. Uma boa notícia para as empresas é que 86% dos entrevistados  se disseram dispostos a pagar um pouco mais por um produto novo que os  satisfa.
Cair no gosto do consumidor é um ótimo  negócio, pois 58% dos consumidores disseram ter recomendado algum  produto nos seis meses anteriores ao levantamento. O Ibope Inteligência  também detectou diferenças na percepção que homens e mulheres têm em  relação ao que é inovação em um produto.
Para elas, quanto mais naturais os  produtos,  mais atraentes e inovadores são. Já para seduzi-los, os  produtos devem ter novas tecnologias. A pesquisa para atribuir o selo  Produto do Ano aos itens inscritos pelos fabricantes foi realizada em  outubro de 2010.
FONTE: Portal de Brading 

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